sábado, outubro 28, 2017

À espera


Voou para longe minha procura
no mapa da rua do desengano

uma viela serpenteava de lama
meus passos

caminhavam por outras datas
memória dos pés no meu destino

Ele é um amigo ou  agora amigo não é?

Nós partilhamos um pouco.
A competitividade em  tudo.

Ele escolheu a estrada principal.
Eu  as vielas da periferia.

Sentado à minha toca,
 a viver nas sombras as

 as restantes  luzes da noite.

A noite é quente como um cobertor
que me transborda

Um veneno que vai paralisando e
libertando do mar devorador da angústia

Por que é que estáis com  agulhas?
Para saber, 


à espera do caixão.

Toda a minha vida foi vingança.

Por orgulho. Ele é surdo e mudo.




Fácil de se  ir uma última vez , inocente



Não para ninguém.

Não para ninguém.


Wilson Roberto Nogueira

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