O sol pálido da página não agasalha a ideia do tempo
escorrem famintos ácaros olhando um céu vasto
soprando para viagens épicas
contudo
invisíveis, anônimas
sem sinais.
Aventuras translucidas ensaiam serenatas
sonhos de nata
Copo com coca cola morna
Moscou-se a moscaria para Moscou.
escrivaninha anciã sozinha só
como aquele retrato da avozinha
oculto sob o véu da poeira mesquinha.
Partiu após o parto daquele sonho
sem sepultura numa cicatriz sequer
daquele quarto abandonado da pensão.
Os óculos da firma que se acorrentara à repartição
agora feliz repousa na masmorra da inação
à porta desconjuntada de sua sacra cela
a aguardar o juízo chegar
a porta sempre esteve destrancada bastava abrir
mas essa barata não sabia voar.
Wilson Roberto Nogueira
Nenhum comentário:
Postar um comentário