quarta-feira, junho 26, 2013

A uma guapa de olhos de condor e coração de montanha


não reparo a roupa e sim o corpo. 
se o corpo brilhar é porque tem alma.

em ritmo de um tango extraviado numa ruela sem lua.

a última consorte com olhos de noite eterna
bailar num fio suspenso entre o sonho e o pesadelo 
sem rede a resgatar um novo amanhã

seco e sem raízes  ,madeira podre sou
e imereço a chama do teu coração.

respirei as cinzas dessa cidade e fiquei com as cicatrizes dos seus becos.
uma noite para se sentir num único beijo o sabor de um coração desertor.

um coração que deserta do corpo e se perde num beijo, 
deixando vazio de vontade própria a alma do apaixonado,
escravo do sabor de uma perfídia.um tanguero desprovido
de bandoneon em rotas palavras de amor espalhado
entre uma e outra promessa nos contornos dos lábios de una argentina.
de prata e prata valia quedei-me sem elas. um farol de felicidade em letras tristes

fala meu Sol,amo a ti mais que as palavras a essa portenha que me levou as pratas
 e os ouros dos meus dias.

Wilson Roberto Nogueira


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