quarta-feira, outubro 15, 2008

semente de tocaia

Passava a piaçava na rubra terra escaldante
assentando o chão sobre a palavra da palavra
cerrada
dentro do grito da semente ausente centelha
naquele paredão deitado no árido mar do sertão
uma cova rasa calada no anônimato
Uma flechada de fogo perfurou o pulmão
da escrava condição parelha
a moeda mordida ,ouro de tolo
da dignidade exigida
o Cão no papo amarelo descansando à sombra
a espera da vassoura parar de varrer o pó
do pó da terra o pó humano aD'us
o pó sobre o pó do jarro quebrado a sonhar
que o dinheiro é liberdade e o povo não é gado
nem aqui nem na cidade
com os cobres o cobertor é quente no inferno.
Wilson Roberto Nogueira

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