quinta-feira, outubro 30, 2008

Uma foto que fala ao coração das trevas
na face oculta por um brilho opaco
diante de um espelho partido onde
escorre a tinta sangüinea do pesadêlo.
O vento bate à porta que reage rangendo
maldições só por instantes
tossindo crepitam corvos em carvalhos sêcos.
Outra foto que fala ao coração das trevas,
na névoa da manhã sombras asombram
assanhando sonhos de insandecidos bruxuleios
caminham casais entre as lápides.
Só o sonho de uma foto que se incendeia
furando a mortalha de estrelas.
A efêmera fogueira que copula com a esperança
num poema que sangra no silente cio.
Wilson Roberto Nogueira

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