terça-feira, dezembro 02, 2008

Enumeração de um dia qualquer

Acordar. Sol da manhã. A luz que a tudo escurece. Pássaros cantam e voam. Sombras contra o céu. Levanta, tomar banho. Voltar ao útero-banheira. Não! Água que queima de tão gelada. Vida realidade. A vida é um bloco de gelo. Tapa na cara. Acorda ! Tapa na bunda. Nascimento é dor. Um tapa na cara. "Ô cara", acorda ! Ser adulto é estar só. Da manhã o sol extrai esperança. Essa é sua herança divina. A rotina rói o dia. Mais um dia!Bom dia! Quanta irônia oculta na nuvem. Mais um dia cheirando a café e o tempero das "calles" caladas invadindo o oco do estômago de eca quente, vapor urbano,ruas sonolentas de zumbis como fios de fumaça de velas a se apagar. A urbe se espreguiça despertando os trapos onde dormem seus resíduos. Vagam com o vento folhas secas sopradas, fogem para longe. Enquanto correm, dançam com o vento tresloucas. O rato corre o rato foge Gabiru come do lixo cobre o rosto, a cara o resto, rasteja para longe o condenado. As células da cidade também tumorizam e morrem. A cidade desperta e estica seus tentáculos gesticula e revivenas suas veias corre feerica insaciedade, faminta por sangue, dinheiro e vida famaluz efêmera, descartáveis personas,zonas luminosas, luzes foscas, calientes fossas ;Pantagruélica devora vida, mastiga sonhos e vomita exclusão.O bêbado cai e dorme de morrer em parcelas . Para que a pressa? A cidade ainda respira oculta na fumaça.
Wilson Roberto Nogueira

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