A criança corre. Boca, mãos e pés sujos de terra. Olhos prêtos de animal perdido. Corre por sobre poças onde bebe uma cadela despelada. O sol queima mas a pele esturricada não sente o calor que açoita com amor. Cai de joelhos o dia, orando pelos olvidados neste deserto à margem do lixo.
O homem feito bicho à disputar com urubus restos de um gambá, ou algo parecido agasalhado com o verde fosforecente de frenéticas varejeiras e uma tonta môsca azul que jamais picara alguém de sorte.
Faltara o olho Salgado, olho mágico na porta daquela mansão ao ar livre de verbo e verve.
Wilson Roberto Nogueira
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