segunda-feira, março 16, 2009

Babka VIII

Caiu a noite e sobrou sob ela os restos arrastados de uma caminhada. Sem peso aparente .Tão carregada de ruínas;mal ajambrada e encoberta naquela pele podre ;cuspia resmungos e puxava, ou era puxada por um saco de latinhas de alumínio.Noventa décadas e continuava alí, esquecida de sí, as vezes lembrava que sonhava ou voava no sonho borboleta de ser princesa de um soldadinho de chumbo; como esse aí, que roubara da vitrine da memória de seu netinho. Ela não tem certeza se mora no seu sonho ou se o sonho abandonou quando o menino bateu a porta pra adultice e a assassinou na memória. Caminhava vovoando até voar finalmente. Num desses faminto trânsito .Como era doce, semente voando no céu; broa de centeio no véu, velha, a morte apiedou.

Wilson Roberto Nogueira

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