quarta-feira, julho 28, 2010

Mosca flâneur

As moscas dançam, saboreando doces podres; os pombos jogam futebol com migalhas de pão-de-queijo Toca o realejo da memória do aposentado, que chora ao olhar a luz dos olhos da neta sorrirem ,enquanto as moças transam salvando dores de senhores nas quilhas de naúfraga dama da noite à mariposear suicidios de luz e chamas no cachimbo; cérebros viram cinzas arquivos voando em pó na ventania ,o pó voa na ventania e nada resta daquele livro comido pelas traças, só a fumaça ,a fumaça fantasma bruxuleando na dança do efêmero coito com o vento ,respira seu último vício de vida,vida mesmo através das vidraças partidas, de cacos de dores de fragmentos de olhares de uma môsca consumidora de insumos de dores de múltiplos fedores em cada prato de pranto, restos no pûs dos dias, voa vadia a môsca urbana, urfausta cidadã, dançando no tédio da manhã.



Wilson Roberto Nogueira

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