sábado, julho 24, 2010

Nasceu prematuro.De um acidente de paixão adolecente.Um mêcanico filho de nortistas ousou entrar no recinto íntimo da princesinha estrábica e profunda; profundamente solitária.


Para afastar aquela negra mancha no caminho do vasto dourado horizonte não tardara o PatriArca a pagar e apagar régiamente à vergonha com o insulto da propriedade extorsiva.No silêncio da suposta submissão afrontando o afastamento ; e todo o sangue do sentimento com o veneno da humilhação.Para alimentar de ódio o vento em temporal, para longe levar a possibilidade de retorno.

Não era nada , por que nada sobrara , só a alma da mulher que arrastava os restos de suas vestes em meio a outras almas zumbis; trancafiadas em pesados pesadêlos durante lustros ocultos no pó toda a beleza.(O lustre ? ) Não era de cristais, sempre chamado de vidro até que convencida alma se pertir em fôscos cacos miudos.

Quanto a prole defecada, longe de ser  o "Bebê Johnson s" ariano; restara 'aquilo' : um sagüizinho que nascera faltando com o débito de ter morrido, fatura com a qual lhe será cobrada em cada palavra carinhosa de ácido tão cristalino tal qual a mais pura água.

O esperma inválido conseguira a proeza de criar tal criatura que teimava em abandonar-se no mar do crescimento,amadurecendo entre cactos e hera sob a sombra da esperança, uma nuvem para encobrir o sol de sua existência.

Encontrou uma caverna entre os livros os quais revelaram o centro incandescente de espíritos imortais, que assim como ele,passaram por entre abismos sem jamais ansiarem serem engolidos pela sedutora inexistência das cores que a queda eterna patrocina.

Mas o miquinho crescera e se tornara um gorila, a presença constante da Ausência não era mais um fantasma, agora na carcaça de um cadáver um casco,uma cousa pousada sob o caixão.A lágrima não encontrou na memória do afeto a chama necessária, era apenas pote de barro trincado dentro do caixão.

Os passos pesados como toras de carvalho socando a terra como trovão, sempre deram o preciso compasso à caminhada dura do enjeitado, pária que de palha trançou os liames de aço para enfrentar sua maturação androgenica; caminhadas duras entre pedras e percalços quando não se tem os requisitos exigidos pela Seleção Natural.A viril fortaleza foi forjada no fogo,suplantando a dúvida pelo texte da vida, nas ruas e no constante desafio na família apostrofada.

Nadou, nadou na medida em que se afogara de encontrar a morada de toda sua angústia de viver e, morrer de tanto embriagar-se de vida no aconchego da sua última morada,sua esposa.

Contudo quando ela esteve em "estado interessante " o gorila encontrou de alugar um quartinho na vizinhança.Mas sua 'santa mãezinha' ,mãe de sua semente, sacra igreja de sua Aliança Divina com o Criador a partir da qual era perversão incestuosa coitear mesmo que "fazendo amor" e não o fisiológico alpinismo;ter relações poderia ferir o feto.(Assim acreditava !).

Bom,nasceu aquela fábriquinha de cocô, gorduchinho!Demorou para abrir os olhos e quando abriu,a natureza tinha rasgado.

Saiu na noite para comprar charutos e jamais voltou; foi encontrado no alto de uma igreja abandonada tocando um violino imaginário.Vôou como um condor para outra vida entre partidos vidros ou cacos de cristal.


Wilson Roberto Nogueira jr

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