Vou ficando
Africando
só.
lapidando dor
para gerar diamante.
Olhos ainda brilham
perdidos nos buracos
do que foi verde um dia
Selva de pedra
carvão de gente
sofrer sorrindo
correndo a bola
esquecendo a bala
o machado achando
um braço
galho cortando
a mão invisível do mercado
exibindo a translúcidez do luxo
na mercenária colheita de corpos.
Olhos que sonham estrelas
sob o generoso céu africano
celebração de esperança
sobre o desespero vai ficando
africando só.
Wilson Roberto Nogueira .
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