Noventa novenas para a névoa em forma de sombra
sobras de uma vida que dançava na tempestade
sonhando ser água pura fervendo no asfalto
marcas do silêncio no caminhar maldito da memória.
reza a estória que o fantasma sem nome alimentava-se
da fome, da guerra e da peste.Faminto de fome não passou;
da guerra bebeu todo o sangue; a peste sua assinatura nas crianças que não nasceram.
O espectro do esqueleto imortal perseguia a bruxa, a macróbia camponesa pelos campos radioativos e rios, que suplicavam água para viver.Voraz silêncio depois da chuva de metal semeando campas em aldeias- lápides
só o fogo iluminando a lua ausente ao entardecer.
Wilson Roberto Nogueira
Nenhum comentário:
Postar um comentário