O mundano nada muda,
fala o idioma da banalidade.
No pulmão a revolta não tem fôlego,
só espectóra o bom senso ou constata,
o que lhe parece (No olhar de ciclope míope),
a expressão dilacerante dos escombros da civilização;
dos restos mortais de toda moral humanista derrotada,
enterrada na cova da política da sociedade prostituída e
hipócrita,escondida atrás da porta da palavra vazia,
perdida na louca avenida da urbe,
das paisagens em forma de pesadelo
que ninguém mais com os olhos da reflexão olha
Não há tempo. Cão que dorme e devorado por outro cão
Winners and losers.
Perdida na louca avenida da urbe
clamando por uma nova avenida
Iluminada...limpa...dourada
de palacetes ,cafés e shoppings.
O mundano constata o que lhe parece óbvio
e repete vomitando dogmas da modernidade
carcomida e imortal.
O mundano é sobretudo urbano
cosmopolita astronauta de aldeias idênticas
mundos artificiais em exóticas e caras cores locais.
O mundano se arremessa em arremedo de bala
disparada na revolta a procurar cegamente
matar a angústia de slogans de sangue e ácido.
Mas o que conseguem tais apedeutas do espírito
é morrerem afogados no raso
porque não acreditam em seus próprios meios,
na força transformadora do espírito cultivado
verdadeiro alimento de que se nutre a liberdade
e real silencioso terremoto transformador da sociedade
Melhor do que uivos de chacais na madrugada
o uivo mundano perde-se na madrugada.
Wilson Roberto Nogueira
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