domingo, agosto 01, 2010

A hiena risonha ri mas não sonha
 

ri do que não sabe
ri quando contente e quando chora
ri um riacho de pus feito lágrima
ao comer fatias do rosto do soldado
expulso do corpo por um gafanhoto de prata
oculto no buraco de sangue enegrecido no peito
furo a tungar a alma e o sonho
à exibir num filme segundos de uma vida
gota de água a queimar o coração.

A hiena ri da paisagem a uivar fantasmas ocultos na poeira
na aragem das eras a semear secos soluços
terras obstinadas florestas de ossos e arbustos de fibras
onde cresce o humo humano gargalham as hienas
quando em bando se armam de coragem
sedentas pelo saque rondam palácios sem reis

Leões em ruínas onde densa tempestade levara para longe
os dias de honra e bravura restaram os ossos
sonhando carne sem mais os dentes
as hienas presentes retalham as imensas sombras

Densa poeira leva para longe os doirados dias
mas as crianças nada sabem e
trazem como crias-heranças a semente de sol iluminando de alegrias
enquanto as hienas nas sombras dos arbustos riem
pastosas babas da história
riem de ódio da esperança
na luta desigual da esperança sobre a esperiência.

Wilson Roberto Nogueira

Um comentário:

Anônimo disse...

bacana!!!!
Deisi